Mensagens

RUI VILAR E A HISTÓRIA PORTUGUESA DOS ÚLTIMOS 60 ANOS

Imagem
  Emílio Rui Vilar, Memórias de Dois Regimes Quando se olha ao impressivo registo curricular de Emílio Rui Vilar – Fundador e primeiro Presidente do Conselho Coordenador da SEDES , Fundador da DECO , Presidente do CITAC – Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra , Fundador do Círculo de Artes Plásticas da Academia de Coimbra , Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e uma das personalidades no lançamento da Culturgest ,  Diretor do Banco Português do Atlântico , Vice-Governador do Banco de Portugal , Presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos , Presidente do Grupo Europeu dos Bancos de Poupança , Comissário-Geral da Europália 91 Portugal , Presidente do Conselho de Fiscalização do Teatro Nacional de São Carlos , Advogado na PLMJ, dirigente de Federações Desportivas, Vice-Presidente da Fundação de Serralves , Professor Convidado da Faculdade de Economia da Universidade Católica Portuguesa (Porto), Presidente do Conselho Geral da Universidade

O DEVER DE MEMÓRIA

Imagem
  A  Cotovia  publicou, desde 2010, um conjunto de ensaios sobre a cultura judaica. No primeiro deles,  O dever de memória , uma entrevista de  Anna Bravo  e  Federico Cereja  (com tradução de  Esther   Mucznick ) a  Primo Levi , o autor do seminal  Se Isto é um homem  afirma-se admirador das obras de  Hermann Langbein , nomeadamente do “soberbo”  Menschen in Auschwitz , obra na qual “ os relatos que faz dos casos clínicos mais ou menos sérios dos SS parecem-me algo de novo, de importante e raramente evocado. Ele mostra-nos como, num universo odioso, quase todos se comportavam sem, no entanto, serem monstros congénitos: havia de facto poucos monstros, poucos doentes mentais e torcionários, a maioria cumpria a disciplina com uma indiferença cansada. Não os encantava terem de matar as pessoas, mas eles aceitavam-no, eram o produto de uma escola. Raramente li um livro que mostrasse tão bem o peso considerável da escola  nazi , do sistema escolar  nacional-socialista  na criação de uma cla

INDISSOCIÁVEL DA PALAVRA 'UTOPIA', THOMAS MORE - O PADROEIRO DOS ESTADISTAS

Imagem
  Revisitado pelo cinema com "A man for all seasons", de Fred Zinnemann Paul Scofield representa, magistralmente, um Thomas More inteiro, de uma integridade inabalável, hábil, diplomata, subtil, eticamente exemplar. O filme de Fred Zinnemann, 'A man for all seasons' ('Um homem para a eternidade', na edição portuguesa) faz luz sobre o magistrado, filho de um juiz, presidente da Câmara dos Comuns , diplomata ao serviço do rei, homem devotado à família, chanceler que confrontado com um Henrique VIII em ruptura com a Igreja Católica, pretendendo obter divórcio para voltar a casar, e não alcançando anuência do Vaticano, se torna o líder dos anglicanos. Morus abdica do múnus que não solicitara: cargos, honrarias e tributos não são o que o move; se puder, afastar-se-á da forca - "não tenho vocação para mártir", diz à mulher. Não se trata de um tolo, um ingénuo; é, antes, sustentado por uma bonomia solidamente ancorada: a adesão ao bem (em si mesmo, isto é

"PARA ALÉM DE CRIME E CASTIGO. TENTATIVAS DE SUPERAÇÃO", DE JEAN AMÉRY

Imagem
  Para além de crime e castigo. Tentativas de superação , de Jean Améry Em cinco ensaios autobiográficos – Na fronteira do espírito , A tortura , Até que ponto precisamos da terra natal , Ressentimentos e Sobre a obrigação e a impossibilidade de ser judeu -, Jean Améry , o intelectual céptico cativo em Auschwitz, dá corpo a Jenseits der Schuld und der Suhne. Bewaltigungsversuche eines Uberwaltigten , um título, publicado originalmente em 1966 e com reedição em 1977, que constitui, nas palavras da tradutora Marijane Lisboa , “um desafio insuperável à tradução”   – “há nele uma referência a Crime e castigo , de Dostoievsky , para indicar que o autor pretendia ir além de um discussão jurídica ou política, mas também há um subtítulo que recorre ao termo usado na Alemanha do pós-guerra – Bewaltigung – para indicar que já se considerava encerrada a necessidade de lidar com o passado nazi”, mas, fundamentalmente, e no dizer de uma grande estudiosa do problema do mal , Susan Neiman , trata-

EMÍLIO RUI VILAR, MEMÓRIAS DE DOIS REGIMES - NA CASA DE MATEUS

Imagem
  ONTEM, NA CASA DE MATEUS , APRESENTAÇÃO DE “ MEMÓRIAS DE DOIS REGIMES ”, LIVRO SOBRE A VIDA E OBRA DE EMÍLIO RUI VILAR , ENTREVISTADO POR ANTÓNIO ARAÚJO , PEDRO MAGALHÃES E MARIA INÁCIA REZOLA - Da importância de levar a sério uma “história do presente”, de não perder a oportunidade de recolher testemunhos na primeira pessoa do que foram os seis/sete decénios anteriores na vida pública portuguesa, da relevância de livros como o agora dado à estampa com e sobre Emílio Rui Vilar e ainda acerca da precariedade das mais conhecidas enciclopédias online : “ O Engenheiro Carlos Ribeiro foi, durante 10 anos, Ministro das Comunicações em Portugal, e a Wikipédia não tem uma linha sobre ele ” ( António Araújo , Historiador); - Ramón Villares , Historiador e membro da Real Academia Galega que acompanhou de perto o processo de transição democrática em Portugal, a propósito do livro em apresentação, sublinhou dois enigmas, que na obra se encontram patentes, que prosseguem por responder na