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A mostrar mensagens de janeiro, 2023

PARA LÁ DO CINISMO, (H)A VIDA AINDA

  PARA LÁ DO CINISMO, (H)A VIDA AINDA 1.Em “Se Deus fosse um ativista dos direitos humanos” (Almedina, 2013), Boaventura Sousa Santos reconhecia que das pessoas que conhecera, nas últimas décadas, nos vários fóruns internacionais em que participava, mais implicadas na defesa dos direitos humanos, na luta contra a pobreza e as desigualdades sociais, na defesa da Casa Comum (de toda a criação), no voluntariado de ajuda ao próximo, na luta contra o racismo, na defesa dos direitos das mulheres ou dos mais velhos, contavam-se aqueles que o faziam motivados por um vínculo, primeiro e último - com a fonte que os religava a todos -, a que chamavam Deus (“fui observando como os activistas da luta por justiça sócio-económica, histórica, sexual, racial, cultural e pós-colonial baseiam frequentemente o seu activismo e as suas reivindicações em crenças religiosas ou espiritualidades cristãs, islâmicas, judaicas, hindus, budistas e indígenas. De certo modo, estas posições dão testemunho de subjectiv

VIDA E OBRA DE NIETZSCHE, POR SUE PRIDEUX

  Uma biografia de Nietzsche. Sue Prideux Premiada pelas biografias que publicou de August Strindberg e Edvard Munch , a escritora anglo-norueguesa Sue Prideux apresenta, desta feita, em “Eu sou dinamite! A vida de Friedrich Nietzsche” ( Temas e Debates , 2019), a figura de um dos pensadores mais marcantes dos últimos dois séculos - com revisão de Nigel Warburton quanto à descrição apresentada das ideias do filósofo alemão 1.Até o seu avô tomar ordens sacras e, por essa via também, alcançar uma mobilidade social ascendente, a família de Nietzsche era muito modesta (em termos económicos e na hierarquia social). O pai daquele que viria a tornar-se no mais jovem professor de sempre na universidade de Basileia , Karl Ludwig Nietzsche, por seu turno, era um pastor luterano - sendo, pois, empregado do Estado, dado que os pastores eram pagos em dinheiro público -, conservador e monárquico, com importantes dotes musicais, que cativava uma grande audiência, vinda de zonas remotas quando d

PROTECÇÃO SOCIAL NO PORTUGAL DEMOCRÁTICO. RUI BRANCO

  PROTECÇÃO SOCIAL NO PORTUGAL DEMOCRÁTICO. RUI BRANCO O ensaio de Rui Branco ("Protecção social no Portugal democrático"), Professor do Departamento de Estudos Políticos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, surge em plena discussão e debate sobre a rede de protecção social em Portugal em um contexto fortemente inflacionista. O livro dado à estampa com a chancela da FFMS oferece uma visão panorâmica de como aquela malha evoluiu no Portugal democrático: foi já com os “trinta gloriosos anos” (1945-1975) superados, época dourada do capitalismo, que Portugal, em um tempo pós-crise petrolífera internacional portanto, entra, com densidade, na construção de um Estado Providência com robustez bastante; em se legitimando, em boa medida, em essa necessidade de cimento social a (novel) democracia portuguesa, o crescimento da despesa e alcance desse Estado Social serão, em poucas décadas, imensos e impressionantes; a perspectiva global, sobre ta