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A mostrar mensagens de novembro, 2023

LIVROS, DEBATES, CONHECIMENTO, TROCA DE IDEIAS EM MATEUS

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  LIVROS, DEBATES, CONHECIMENTO, TROCA DE IDEIAS EM MATEUS Domingo gordo (de contentamento intelectual) na Casa de Mateus . Principiando, depois de almoço, com a apresentação dos dois volumes de memórias de Álvaro Vasconcelos (“Memórias em tempo de amnésia”), realizada pela crítica cultural e investigadora da Universidade do Minho, Ana Cristina Pereira ( Kitty Furtado ), e pelo escritor Valter Hugo Mãe . Das suas exposições, bem sistematizadas, resultou inscreveram-se as obras em apreço no “dever de memória” (de que falou Primo Levi ), destacando-se, nelas, a i) REIVINDICAÇÃO do autor, também presente na sala, através do resgate de vivências da sua experiência em Moçambique sob administração portuguesa (nomeadamente, nos anos 50/60), DO DIREITO A NÃO SER PERPETRADOR DE VIOLÊNCIA sobre outrem ( maxime , no contexto histórico do século XX, registe-se, o testemunho de vida dos alemães que ofereceram a sua existência para procurar esconder, acolher, salvar judeus sob o III Reich ) e

COMPREENDER, COM PAUL KRUGMAN

  COMPREENDER Uma das afirmações mais curiosas e interessantes da entrevista do Nobel da Economia (2008), Paul Krugman , hoje, em entrevista a Diana Ramos e Paulo Pinto , para o 'Jornal de Negócios' é a noção de que " ninguém sabe realmente porque é que alguns países se saem bem [economicamente, num dado lapso de tempo]" Com obra publicada em português, na qual é possível detectar um social-democrata (em sentido lato ), Krugman apresenta-se como defensor, sobretudo, de políticas anticíclicas, fazendo, neste contexto, questão de frisar que não defende défices orçamentais em todos os casos (anos)/conjunturas: " Nem sempre sou um defensor de défices. É algo que se deve ter, se possível, quando há desemprego em grande escala e a economia precisa de estímulos, mas Portugal não precisa neste momento. Por outro lado, cria espaço orçamental para tempos futuros em que défices sejam de novo necessários ". Ainda que faça depender uma avaliação final do conhecimento

FILME DA SEMANA: "PÁRA-ME DE REPENTE O PENSAMENTO" (DE JORGE PELICANO, 2014)

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  FILME DA SEMANA: " PÁRA-ME DE REPENTE O PENSAMENTO " (DE JORGE PELICANO , 2014) Jorge Pelicano vai à procura, nos seus filmes, "do desconhecido", dir-se-ia dos invisíveis a quem dá rosto ("não é como na televisão, em que as pessoas aparecem desfocadas...e acho que não são respeitadas"), cumprindo, num gesto poético, o respeito pela dignidade da pessoa. Do alto, filma os muros do Conde Ferreira, juntando-os, na mesma imagem, à subida para as Antas, com um amontoado de carros em fila, colocando-nos perante o binómio dentro/fora, sendo que, ao longo do documentário, percebemos que somos os mesmos. Lá dentro e cá fora. O traço de humanização da pessoa com doença mental é deliberado: o que encontrara, na história do cinema, na abordagem do tema, levara o realizador a considerar um olhar outro que não o do perigoso doente mental, felino, incontrolável, "babado". No Conde Ferreira, houve um par de pessoas que se apaixonou, a Rosa e o Carvalho são o pa

O 1 DE NOVEMBRO DE 1755, SEGUNDO MARY DEL PRIORE E MARK MOLESKY

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  O 1 de Novembro de 1755 de Lisboa, segundo Mary del Priore   1. Quando bocejava, de imediato a pessoa se benzia, não tivesse o diabo entrado pela boca; nas Igrejas, em forma de penitência , era possível observar os indivíduos a esbofetearem-se (a si mesmos); nas procissões de Quaresma, açoitavam-se, aqueles, à guisa de imitação dos tormentos pelos quais Cristo passara [um pouco como vemos, hoje suceder, por exemplo, ainda, nas Filipinas]. Um dos hospitais de Lisboa, com uma ala para loucos , tratava os que padeciam de doenças do foro mental a chibatadas e exorcismos , porque se entendia que se encontravam possuídos pelo demónio . Assim, também, ainda, médicos ilustres portugueses aceitavam que licantropias ou paralisias eram causadas por Satã . A porosidade entre o aquém e o além permanentemente presente no século XVIII lusitano (“ em Lisboa, o visível e o invisível imbricavam-se ”, p.61), no qual é impossível não afirmar “ o valor preponderante ” da religião (p.155); o senti