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A mostrar mensagens de junho, 2023

"EUROPA AO CENTRO" PASSOU HOJE POR VILA REAL

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  EUROPA AO CENTRO Porventura, o ponto politicamente mais forte do encontro-debate, inserido no ciclo “Europa ao Centro”, promovido pelo Gabinete do Parlamento Europeu em Portugal e pela Associação Portuguesa de Centros Comerciais, no “Nosso Shopping”, em Vila Real, na tarde desta sexta-feira (18h20-19h50), e que colocou em diálogo os eurodeputados José Manuel Fernandes (PSD) e Pedro Silva Pereira (PS), moderados pelo jornalista João Pereira (Porto Canal) passou pela questão da (possível) adesão da Ucrânia à União Europeia. Neste contexto, José Manuel Fernandes criticou aquela que considerou ser “uma posição titubeante” do Primeiro-Ministro português (relativamente à adesão da Ucrânia à UE), posição, essa, que se estribaria, na perspectiva daquele eurodeputado, numa “diminuição do bolo”, dos “fundos europeus” que caberiam a diferentes estados-membros e, nomeadamente, a Portugal (e daí a hesitação de António Costa). No fundo, a posição do actual PM, na leitura de JMFernandes estaria eiv

Pedro Abrunhosa, Vila Real

  « DEITA-TE NA MINHA SOMBRA » Talvez o momento mais surpreendente do concerto de ontem, de Pedro Abrunhosa , com a sua convidada especial, interpretando, em conjunto, o "Hallelujah", de Leonard Cohen . “A palavra ‘Aléluia’ quer dizer “salvé”, quer dizer “entra”, “come do meu pão, bebe do meu vinho, deita-te na minha sombra"…Aleluia quer dizer tudo menos arame farpado, e quer dizer tudo menos milhares de refugiados que morrem num barco no Mediterrâneo. Aleluia quer dizer que somos um continente cristão, e ser cristão é acolher os mais fracos; é tratarmos dos loucos, dos velhos, dos doentes (…) Quando cantarmos Aleluia quero que pensemos nos milhares que morrem em busca de um mundo melhor, dos pais que procuram paz para os filhos…”, Pedro Abrunhosa Diferentemente das demais vezes em que regressou a Vila Real, Pedro Abrunhosa evocou, ontem, brevemente, o concerto, no campo do Calvário , na "tenda", numa "semana académica", de 1994 - e para contar que fo

FUNDAMENTO E SENTIDO

  FUNDAMENTO E SENTIDO Num livro póstumo, elaborado para deliberada publicação após a sua morte, Bento XVI deixou escrito ("O que é o cristianismo. Quase um testamento espiritual", Lucerna , 2023, p164): "Um mundo sem Deus não pode ser senão um mundo sem sentido. Efetivamente, de onde provém tudo o que existe? Fosse como fosse, tudo seria destituído de um fundamento espiritual. De qualquer forma, existiria simplesmente, e seria destituído de qualquer fim e de qualquer sentido. Deixariam de existir critérios do bem e do mal. Por conseguinte, só teria valor o mais forte. O poder torna-se então o único princípio. A verdade não conta; aliás, na realidade não existe. Só se as coisas tiverem um fundamento espiritual, só se forem desejadas e pensadas - só se existir um Deus criador que é bom e quer o bem -, é que a vida do homem pode também ter um sentido (...) Uma sociedade em que Deus está ausente - uma sociedade que já não O conhece e O trata como se não existisse - é uma s

OS DOIS GÉNIOS DO FUTEBOL DO SÉCULO XXI

  Há jogadores maus e há craques. Fáceis de descobrir. Depois há os de nível médio, complicados de definir porque convivem neles virtudes e defeitos. Por fim, há os génios, dominadores do jogo, indivíduos predestinados que inauguram um antes e um depois na história do futebol. Nasce um a cada 20 anos e quem disso não toma consciência ou não o reconhece tem um problema. Especificamente, psicológico. Estaríamos face a um fanático que só permite certas obsessões no seu recinto mental. No que levamos do século XXI e em distintos planos, o de treinador e o de jogador, temos dois génios indiscutíveis: Pep Guardiola e Leo Messi, personagens muito representativas do melhor Barcelona. Os que somos do Real Madrid temo-los sofrido; os que gostamos do futebol temos de nos abrir perante estes prodígios que fabricam prazer e eficácia. (...) Os amantes de futebol têm até a obrigação de reconhecer a excelência. Os amantes de um clube também, embora conviva neles outra obrigação, a de combatê-los com u

'UMA LONGA VIAGEM...COM MARIA FILOMENA MÓNICA'

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  “Uma longa viagem com…Maria Filomena Mónica”, de João Céu e Silva com Maria Filomena Mónica   Cursou Filosofia, doutorou-se em Sociologia , o que a apaixona é a História e, dentro desta, a biografia colhe especiais favores do seu contentamento intelectual. E, reconhecendo, neste contexto, alguma (inevitável) dimensão subjectiva na aproximação às personalidades que (re)trata, Maria Filomena Mónica deixa o tom, não raro de forte traço impressionista , para o diálogo com João Céu e Silva , no mais recente volume da série “Uma viagem com” – que, aliás, no penúltimo número, havia gravado as palavras do homem que pairará, agora, em permanência, sob a conversa e as memórias da entrevistada: Vasco Pulido Valente . Se a saudade (o sentimento de) não é um exclusivo português, o que (novamente) importa refutar circunstanciando – “é uma ideia que faz parte do que se transmite em gerações sucessivas e ninguém a quer contestar. Não é só nossa e existem palavras que designam o mesmo fenóme

CONVINCENTE ESTREIA DRAMATÚRGICA DE PEDRO MEXIA, COM 'SUÉCIA', NO TEATRO NACIONAL DE SÃO JOÃO

  CONVINCENTE ESTREIA DRAMATÚRGICA DE PEDRO MEXIA, COM ‘SUÉCIA’, NO TEATRO NACIONAL DE SÃO JOÃO Não admira, assistindo a ‘Suécia’, que Pedro Mexia se afirme mais afeiçoado aos diálogos do que à intriga – no teatro, no cinema, na literatura… –, tão bem trabalhadas e centrais (nesta sua peça) as falas (as personagens gostam da dialética em si mesma [“ aqui discute-se muito, fala-se muito, mas nada se resolve ”], por isso preferem, até, ser contrariadas (pelas outras personagens), porque isso lhes permite a contra-resposta , a refutação , a réplica , o jogo (retórico – e, porventura, ainda, aí resida a permanente referência “ aos teus sofistas ”, dirigida a Egerman que, depois de um conjunto de catilinárias contra a social-democracia , acaba indiferente ao desfecho eleitoral das legislativas no seu país que, após mais de 40 anos ininterruptos em que governos s ocial-democratas estiveram na liderança dos destinos públicos suecos (1932-1976), se vêem relegados do poder pelo partido do

O 'GRUPO WAGNER' NA RÚSSIA DE PUTIN (MARAT GABIDULLIN)

  1 .O  Grupo Wagner , exército de mercenários russos, ao serviço da política (externa) do  Kremlin  bebe o seu nome no compositor  Richard Wagner  (1813-1883), “o supremo herói” de  Adolf Hitler  (“Hitler. Uma biografia”,  Ian Kershaw , p.100). Um dos fundadores destas forças paramilitares, o tenente-coronel  Dimitri Outkine  (ex-membro dos serviços secretos russos e oficial do Exército até 2013), atribuiu-se o nome de guerra  Wagner  – aposto, por sua vez, pela força militarizada ao seu (próprio)  conjunto  -, dado ser um admirador do  Terceiro Reich  e de Hitler. Em realidade, trinta a quarenta por cento dos efectivos do  Grupo Wagner  são adeptos da  Rodnovaria  ( a fé original ), um movimento  neo-pagão  com origem nos anos 1980 e que, no que concerne “a questões étnicas, se inspira muito no discurso racialista alemão”. Trata-se do regresso a uma fé pré-cristã, de adoração das forças da natureza, com simultâneo apego a “um solo, a terra russa, onde o povo russo poderia redescobrir