O 'GRUPO WAGNER' NA RÚSSIA DE PUTIN (MARAT GABIDULLIN)

 

1.O Grupo Wagner, exército de mercenários russos, ao serviço da política (externa) do Kremlin bebe o seu nome no compositor Richard Wagner (1813-1883), “o supremo herói” de Adolf Hitler (“Hitler. Uma biografia”, Ian Kershaw, p.100). Um dos fundadores destas forças paramilitares, o tenente-coronel Dimitri Outkine (ex-membro dos serviços secretos russos e oficial do Exército até 2013), atribuiu-se o nome de guerra Wagner – aposto, por sua vez, pela força militarizada ao seu (próprio) conjunto -, dado ser um admirador do Terceiro Reich e de Hitler. Em realidade, trinta a quarenta por cento dos efectivos do Grupo Wagner são adeptos da Rodnovaria (a fé original), um movimento neo-pagão com origem nos anos 1980 e que, no que concerne “a questões étnicas, se inspira muito no discurso racialista alemão”. Trata-se do regresso a uma fé pré-cristã, de adoração das forças da natureza, com simultâneo apego a “um solo, a terra russa, onde o povo russo poderia redescobrir os seus valores. Antissemitas e xenófobos, defendem a pureza étnica e a segregação racial” (“Eu, Marat, ex-comandante do Grupo Wagner”, Marat GabidullinVeronika Dorman e Ksenia BolchakovaCasa das Letras, 2023, p.23). É isto que explica o que, prima facie, por certo surgirá, a todos, como uma (aparentemente) insanável contradição: enquanto os pais e os avós destes homens andavam a combater os nazis, uma considerável percentagem dos seus descendentes perfilha ideais que foram os dos nacional-socialistas alemães – mesmo não sendo prosélitos, e sendo possível encontrar muçulmanos, cristãos, agnósticos entre os membros do Grupo Wagner, a verdade é que “alguns Rodnovers (…) têm visões de extrema-direita abertamente neonazis. (…) Marat diz ter-lhe visto [a Dimitri Outkine] um Kolovrat, uma suástica eslava e ruínas eslavas tatuadas no corpo. Numa fotografia recente, o comandante do grupo Wagner exibe outras tatuagens, incluindo uma dupla Sieg Rune (símbolo da vitória), o emblema das SS nazis, gravada de forma ostensiva no pescoço. Nas fileiras destes soldados da fortuna, semelhante ideologia é amplamente partilhada. No iPad de um morto encontrado na Líbia, a biblioteca virtual continha uma cópia de Mein Kampf” (pp.23-24). Os membros do Grupo Wagner tratam-se por “músicos”, afirmam pertencer a uma “Orquestra”, liderada por um “compositor”, dando “concertos” por todo o mundo (p.25).

2.Desde 2014, dez mil combatentes estiveram ao serviço destas forças paramilitares. Hoje, estima-se que haja cinco mil mercenários prontos a serem destacados. E, no entanto, o Código Penal russo proíbe oficialmente o mercenarismo, podendo incorrer, quem o pratica, numa pena de prisão até oito anos. No seu habitual duplo padrão, o regime de Putin encontra aqui o melhor de vários mundos (“dizem-nos que os soldados da fortuna são um fenómeno ocidental, e que o mercenarismo é um produto da hidra capitalista, mas nós também o utilizamos para promover os interesses do nosso país no estrangeiro”, p.269): negando a sua existência legal, crê poder furtar-se a qualquer responsabilização pelos atos (e atrocidades) cometidos pelo Grupo Wagner; dispondo, pois, de empresas militares privadas paralelas às forças do Exército, tal possibilita poupança em salários e pensões; há um conjunto de mortes de seus compatriotas (ao serviço dos interesses apontados pelo poder político) que são, deste modo, escondidas (“o número real de cidadãos russos que morreram na guerra contra o Estado Islâmico não corresponde ao número oficial. O número de mercenários russos que morreram na Síria é maior do que o número de soldados das forças armadas que lá morreram”, p.270), permitindo passar, ao povo russo, uma imagem tranquilizadora das acções de guerra e do suposto poder das forças armadas russas (pp.22-23).

3.Num país onde o salário médio não suplanta os 400 euros, os cerca de 950 euros oferecidos a cada soldado da fortuna, do Grupo Wagner, para o período de formação (recruta) são salário atractivo (“80 000 rublos, ou seja, quase 1000 euros”, p.51), mais ainda se pensarmos nos 1500 a 1800 euros nas primeiras missões no estrangeiro (que, aliás, com bónus, poderiam gerar proveitos, para estes militares, na ordem dos 3000 euros num mês). Em muitos casos, esta força mercenária atraiu pessoas sem perspectivas ou carreira (e que “nunca pensara viajar para lá das nossas colinas”, sendo que, assim, e a título ilustrativo, os procedimentos para obter um passaporte eram considerados muito complexos por muito dos membros da companhia, p.195), carne para canhão (por exemplo, usando “sucata coreana” de 1940 como armamento em situações de grande dificuldade de combate). Gente apanhada no imenso vazio dos escombros da URSS, muitas vezes presa, por crimes de maior ou menor gravidade, e que viram o estado selvagem de formação de uma nova oligarquia (pós-soviética) e agarraram, mafiosamente, a oportunidade. Como o outro homem-forte e fundador do Grupo WagnerYevgeny Priozhin – que, depois de condenado, nos anos 80, por roubo, fraude, envolvimento de menores em prostituição, irá tornar-se um capo (do catering), passando a assegurar os serviços de refeições a escolas ou ao Exército, tornando-se numa figura-chave do círculo de poder russo, “o cozinheiro de Putin” (p.27).

4.Marat Gabidullin, inscrevendo-se, é certo, numa longa tradição de denúncia que atravessa a história russa, é o primeiro a sair do anonimato no que ao Grupo Wagner, por si abandonado, diz respeito (e tratando, aqui, os seus membros/antigos colegas pelas suas alcunhas, evitando processos judiciais, ainda que sopesando vir a ser considerado mais um “inimigo do povo”). Antigo membro do Exército russo, condecorado, simultaneamente, pelo Estado e pelo Grupo Wagner, depara-se com salários não pagos regularmente com o colapso da União Soviética e, entre outras desilusões, tal leva-o a demitir-se das Forças Armadas. Querendo dinheiro rapidamente, envolve-se “em negócios” com a máfia local e, para salvar a própria pele, mata um líder de um gangue. Por consequência, passa três anos na cadeia. O alcoolismo irá sobrevir, no momento em que, saído da prisão, não mais queria trabalhar para “traficantes incultos e sem princípios, que julgavam ser a elite da nação” (p.47). Com efeito, com família para sustentar – embora, estivesse a ser, ele mesmo, sustentado pela mulher -, “aos quarenta e oito anos, ainda não sabia o que fazer” (p.47). Foi aí que lhe falaram da possibilidade de se integrar num grupo paramilitar (onde se abrigavam “românticos”, “profissionais sérios”, buscadores de “adrenalina” e de “dinheiro”, mas também os que tinham viviam a guerra como uma “droga”), algo a que acedeu não sem entusiasmo: “o ano de 2015 seria um ponto de viragem, um regresso ao caminho certo e a realização, finalmente, de um sonho antigo” (p.48). Se, por enquanto, após a queda, a redenção (lhe) parece ser sinónimo de Grupo Wagner, ao longo dos anos, observará como tal terá que significar, ao invés, a rejeição deste. Assim, por exemplo, evocando a incursão em terras ucranianas, no Donbass e, nomeadamente, em Louhansk, há cerca de oito anos: “deixei Louhansk com um misto de frustração e decepção. Percebera de repente o engano e a ilusão desta causa dita nobre que pretendia defender os interesses da Rússia contra as intromissões de uma potência estrangeira hostil. A república popular de Louhansk era, de facto, uma pequena sociedade de pessoas tomadas como reféns por um bando de bárbaros analfabetos, a quem fora dado acesso a armas. Estes, por sua vez, cumpriam a vontade de outras pessoas, que claramente não eram movidas por motivos morais e que não parariam por nada. (…) Comecei a acalentar dúvidas (…) Aquele não era o caminho por que queria seguir – ser um simples mercenário sem pensar nas consequências dos meus atos não era para mim. Acima de tudo, percebi que a Ucrânia estava longe de estar enganada, tal como a Rússia estava longe de ser irrepreensível” (p.59). Assim, também, pronunciando-se sobre o regime de Bashar Al Assad (a Síria, note-se, tem grupos mercenários, mas estes, diversamente do caso russo, são legais), a quem prestou auxílio em nome da Rússia: “a principal razão do meu esgotamento moral prendeu-se com a consciência de que os meus camaradas e eu estávamos a lutar naquele país para um governo corrupto e odiado pelos seus próprios cidadãos, por um povo que perdera o seu direito à soberania, e que estávamos a ajudar um Exército totalmente inepto. A guerra nunca foi apenas um trabalho para mim, precisava de saber de que lado lutava e quais eram os valores que defendia. Precisava de defender o que estava certo. Ajudar crápulas a esmagar outros crápulas, mesmo que fossem ainda mais cruéis e desumanos do que os primeiros não me convinha. Tudo isto me pesava” (p.169).
No seu relato, pelo qual perpassam dias sem fim da guerra da Síria, principiada em 2011 e na qual os russos intervirão em favor do regime de Al Assad, Marat permite-nos observar como o Grupo Wagner não obedece às ordens dos oficiais do Exército russo e têm uma (forma de gerar) hierarquia não idêntica à de grupos de militares legalizados – “num ambiente sem regulamentação, onde a posição de comandante não assentava na patente, mas na autoridade de que gozava perante os seus subordinados e na confiança que nele depositavam aqueles que ele levava para a batalha. Ao contrário do Exército, com a sua hierarquia rígida, onde os líderes dizem aos subordinados «cala-te, eu é que decido, tu és apenas um pedaço de merda», no mercenarismo o papel de comandante é dado à pessoa mais adequada para o trabalho. Existe também uma forma de democracia militar, uma tomada de decisão coletiva, quer seja para exercícios, quer seja para determinadas coisas sejam melhoradas”, p.83); é muito crítico para com as tropas leais a Assad (e em simultâneo traça esboço do regime ditatorial) – “a ciência da guerra é um campo em que eles nunca se destacariam, apesar de serem uma das melhores formações armadas da Síria. Isto dizia muito sobre o estado do Exército regular! Não admira que, em setenta anos, não tenha obtido uma única vitória (…). Esses ódios eram também alimentados e mantidos pelos soldados de Assad que, a fim de esconder a sua incapacidade flagrante de lutar, pilhavam e puniam sem pejo, com o consentimento dos seus generais. O governo justificava estas violências e expropriações, argumentando que representavam uma punição para aqueles que se tinham oposto à autoridade legal e desafiado os seus representantes (…) Ao menor perigo, os soldados sírios fugiam, os seus comandantes eram taticamente ineficazes e muitas vezes davam instruções totalmente absurdas. Quase toda a gente no Exército sírio se encontrava envolvida em saques, sendo as deserções frequentes” (pp.67, 69 e 77) -, mostra como mesmo a exaltação patriótica se esvai quando os louros de todo o trabalho são dados ao único elemento que pode ser visível, da parte russa, na guerra – “nós, os soldados da fortuna, atacávamos e refreávamos ataques, contávamos mortos e feridos e, durante esse tempo, os soldados do Exército russo davam entrevistas, contando, sem corar, as suas façanhas e recebendo condecorações estatais pelos alegados serviços” (p.70) -, anota como num conflito armado tudo muda num instante – “claro que, na guerra, a transição da vida para a morte, ou para uma vida dificultada por uma pesada enfermidade, pode ocorrer a qualquer momento, em qualquer lugar, mesmo num sítio relativamente seguro, mas nunca nos habituamos a isso. É impossível não sentirmos amargura, especialmente quando se trata de um amigo, de um camarada com quem, momentos antes, conversámos, e que de repente se vê despedaçado por estilhaços ou balas (…) Na guerra, a morte é comum. Quando os mercenários partiam para a Síria, sabiam correr o risco de perder os seus irmãos de armas e mesmo as suas vidas. No entanto, cada morte era um novo choque. Nem a mente, nem o espírito poderiam aceitá-lo” (pp.108 e 128) -, descreve a destruição de um templo como ruína civilizacional – “dirigi-me para a mesquita. O interior estava devastado pelos combates; uma espessa camada de gesso mesclada com fragmentos de pedra e pedaços de vidro cobriam o chão, as paredes haviam sido desfiguradas pelos estilhaços e as janelas, pretas de fuligem, estavam abertas, como as feridas. Porém, toda aquela destruição não afetou a majestosa beleza do edifício religioso. Uma vez lá dentro, a angústia apoderou-se de mim. (…). Sentia-me muçulmano (…) A guerra mutilou aquela mesquita e isso deixou-me doente. De repente, naquele lugar sagrado, percebi claramente, de forma inesperada e pungente, toda a miséria e vulgaridade do que acontecia na Síria, onde as partes em confronto lutavam selvaticamente umas contra as outras para obterem uma fatia do bolo. Poder, petróleo, gás, influência geopolítica, ou mesmo algumas modestas posses que o seu próximo ganhara com o suor do seu rosto” (pp.136-137) -, apresenta a farsa da propaganda – “os filmados posavam com as armas e concluíam sistematicamente com os já batidos apelos ao povo. Os meios de comunicação social nunca chegavam sozinhos, eram sempre acompanhados por um comandante sírio, que começava por fazer um discurso heroico perante as câmaras, sempre filmado de um bom ângulo, deixando-se, de seguida, abraçar por um soldado comum, que parecia muito contente” (pp.144-145) -, descreve a força e o modus operandi do Estado Islâmico, em especial na luta por (pela muito simbólica) Palmyra: “a espinha dorsal do EI era constituída por antigos soldados de carreira do Exército iraquiano e fanáticos zelosos de todo o mundo, todos eles com considerável experiência de combate. O EI tinha tanques, artilharia militar, morteiros normais, pick-ups rápidas com metralhadoras. Tinham lança-granadas em abundância, armas de fogo e stocks inesgotáveis de munições, recolhidas dos Exércitos do Iraque e da Síria. Durante o tempo de guerra, nunca se esgotaram os canais de abastecimento clandestinos que permitiam a compra de armas e munições em troca do petróleo extraído nos territórios ocupados pelos jihadistas. Vindo de armazéns militares, todo o armamento dos jihadistas fora produzido em fábricas. Ao contrário dos rebeldes sírios, não precisaram de fabricar o seu próprio equipamento (…). Os apelos a uma guerra santa e a um califado universal haviam atraído um grande número de homens que, segundo a doutrina dos seus ideólogos, deviam matar os infiéis sem escrúpulos e estar preparados para sacrificar a vida. Sem se chatear nas ofensivas, atacavam com ousadia e paixão, lançando primeiro os kamikazes.  Na defesa, paravam muito antes do último cartucho e não tinham escrúpulos em recuar, mas a cada momento tínhamos de antecipar um contra-ataque em vários flancos em simultâneo” (pp.153, 154 e 163) -, alerta para a cobiça pelo petróleo como uma das causas da guerra (p.155 e, em especial, pp.191-192: o EI apodera-se de todas as regiões com poços de petróleo e o estado sírio, muito dependente das receitas petrolíferas, fica à beira da falência, bem como o regime de Assad fica à mercê, não fora a protecção russa), trata do problema do “fogo amigo” (pp.156-157), expõe os piores instintos com que se depara no decorrer da guerra – “o destacamento de duzentos aliados (…) começou a tirar selfies diante dos cadáveres dos jihadistas, posando para as câmaras dos repórteres. Aquele descaramento deixou-nos sem palavras. Os sírios não se contentaram com tirar fotos de si com os cadáveres do inimigo, atiraram-se aos corpos rígidos, pontapeando-os e golpeando-os com baionetas. Passando uma corda em volta do pescoço de um dos doukhi mortos, arrastaram o corpo para as rochas, com a clara intenção de lhe cortar a cabeça” (p.173) -, prova como a presença militar no terreno, pesem todos os avanços de “inteligência artificial”, continua a ser determinante no desfecho de um conflito bélico, dedica um capítulo ao seu “coma” e respectivo salvamento às mãos da “irmandade mercenária”.

No posfácio, escrito em Abril de 2022, em Paris, Marat Gabidullin testemunha o seu regresso à leitura e, em particular, a Tólstoi, sendo que, neste contexto, se dirige, expressamente, aos seus compatriotas (bem como, dir-se-ia, a todas as elites que flirtam ou promovem a ideia de singularidade russa): “somos como os outros. E a nossa suposta identidade singular, espiritual e romântica é apenas um mito, propagado por aqueles que lucram com isso” (p.269) e termina erguendo a divisa que garante ter preferido (passou a escolher): “decidi que, se voltasse ao combate, seria apenas para travar [parar] a guerra” (p.271).
O dedo é apontado à invasão da Ucrânia pela Rússia de Putin e o contraponto à guerra é claro: um outro Estado Social (mais robusto e desenvolvido), com melhores condições de vida para os cidadãos russos, do qual se abdicou num projecto de milhares de milhões de euros para levar a morte e a destruição ao outro lado da fronteira: “a julgar pela quantidade de armas avançadas e munições de alta precisão e de alta potência, a Rússia começou a preparar-se para a guerra há muito tempo, afundando milhares de milhões de dólares neste projecto, enquanto os idosos têm de viver de pensões e cuidados médicos humilhantemente baixos e os cuidados médicos para crianças financiados por maratonas televisivas!” (p.272). A contabilização dos mortos do Exército russo e, mais ainda, dos cidadãos russos na Ucrânia, uma mentira forjada de um modo peculiarmente perverso: “um soldado cujo corpo foi encontrado e identificado é considerado morto. Os restantes não identificados ou abandonados em território inimigo são registados como «destino desconhecido». A Guarda Nacional Rosgvardia não faz parte do Exército e o Ministério da Defesa não é obrigado a prestar contas das baixas nas suas fileiras; o mesmo se aplica às formações armadas da República Popular de Donetsk e Louhansk (…) Os mercenários estão também inscritos em coluna separada, classificada como confidencial, na lista de vítima” (p.272).

Se, porventura, a deserção, contada na primeira pessoa, do Grupo Wagner prometia mais de (e do que) um Marat (que chegou a comandante neste Grupo) a descrever sucessivamente o dia-a-dia da guerra na Síria (quem pretenda específica informação, leitura, interpretação sobre a guerra na Ucrânia, bem como quem espere um relato mais próximo do tipo de comunicações entre Wagner e o Kremlin, desiluda-se; e nos relatos do dia-a-dia de uma guerra, pese os apontamentos específicos da situação na Síria e de se inserir num grupo paramilitar, muito do que dá conta seria, certamente, válido para muito do vivido por forças convencionais), há um plus, advindo do seu conhecimento no terreno, que se retira do modo de funcionamento/recrutamento/sociologia do grupo (boa a introdução das jornalistas Ksenia Bolchakova e Alexandra Jousset, realizadoras do filme “Wagner, o exército da sombra de Putin”), do modo de lidar com ele pelas forças internacionais (que do seu apoio beneficiam), de um olhar a partir do seu interior para as relações com o exército russo, o seu modo de organização desde o quartel-general em Krasnodar até a afirmações, com um peso próprio (pelo saber de experiência feito), já no Posfácio, sobre a guerra, cujo fim ainda não se vislumbra, iniciada há mais de um ano por Putin.

Pedro Miranda

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