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A mostrar mensagens de setembro, 2024

'PORTUGAL AMORDAÇADO' E MÁRIO SOARES EVOCADOS EM MATEUS

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  Esta tarde, na Casa de Mateus , Isabel Soares , Francisco Assis , Sérgio Sousa Pinto e Álvaro Beleza evocaram “ Portugal Amordaçado ” - publicado, originalmente, em 1972, em língua francesa, reeditado, no último ano, pela Imprensa Nacional / Casa da Moeda – e, bem assim, a vida e obra do seu autor, Mário Soares , homenageado, também com uma exposição a si dedicada, em ano de seu centenário.   Coube a Francisco Assis a mais substantiva e circunstanciada intervenção desta tarde, apresentando “Portugal Amordaçado”, um livro que releu recentemente, desde logo, pelo manejo da linguagem e recursos estilísticos a que recorre, como “ uma extraordinária obra literária ”. Para o eurodeputado , aliás, enquanto escritor/literato na política, Soares, mesmo no plano internacional, só teria paralelo com François Miterrand – “ conheci grandes escritores, mas que não se envolveram na política; e conheci políticos razoáveis, mas sem a dimensão literária de Soares ”. No entender de Álvaro Belez

CADERNO DE APONTAMENTOS

  Caderno de Apontamentos 1 .Há algo de paráfrase da República da Roma Antiga – lá, onde o ano não principiava em Janeiro, mas em Março – nos novos começos de Setembro. Altura do ano em que o estio cumpriu, já, várias das suas estações clássicas , do Festival de Teatro de Avignon ao Tour de France . Lugares clássicos , estes dois, aliás, curiosamente, nos quais podemos descortinar laços menos óbvios. À espera de Godot , célebre peça do irlandês Samuel Beckett , que Avignon poderia sempre convocar, coloca-nos, como se sabe, perante duas criaturas, junto a uma árvore, a discutirem sobre tudo, dos Evangelhos ao suicídio, à espera de uma personagem-mistério, Godot , que não chega. Na peça, em rigor “tragicomédia”, Harold Bloom , em O cânone ocidental , assume como central um ethos permeado pela máxima de Santo Agostinho predilecta do dramaturgo irlandês (pela “forma maravilhosa” que, a seu ver, nela se contém): “Não desesperes, um dos ladrões foi salvo; não sejas presumido, um do

'NOVOS FANATISMOS NA ERA DO HIPERINDIVIDUALISMO'

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  ‘ NOVOS FANATISMOS NA ERA DO HIPERINDIVIDUALISMO ’ Hoje, em Viseu, no Solar do Dão, em encontro promovido por “ BEIRA – Observatório de Ideias Contemporâneas Azeredo Perdigão ”, a escutar a conferência inaugural de Gilles Lipovetsky – ‘Figuras do Extremismo Contemporâneo’ – e as exposições de José Pacheco Pereira – ‘Quando a ‘história’ anda para trás’ -, Maria João Marques – ‘Tempos de tribalismo político’ – e Manuel Maria Carrilho – ‘A banalização do fanatismo: o wokismo’. Ficam, desde já, algumas das notas da intervenção de Lipovetsky. O i) fanatismo de mercado – sob a forma de neoliberalismo e de libertarismo e, neste, de ciberlibertarismo -, ii) a força social e eleitoral da extrema-direita – da virulência anti-imigração, alimentada do medo e, ainda, de desconfiança face aos partidos; iii) o conspiracionismo – como modo maior de extremismo epistémico e iv) o islamismo integrista – ameaça tanto interna à Europa e seu modo de vida, como exemplificado, ainda, nos país