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A mostrar mensagens de julho, 2025

NOS 100 ANOS DA MORTE DE FRANZ KAFKA

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  KAFKA , MAIS COMPLEXO DO QUE ISSO Ainda no âmbito das comemorações dos 100 anos da morte de Kafka (que nos propusemos evocar), ao António ficou acometida a leitura de "O Processo". Fê-lo, com afinco e brio, na penúltima pausa do ano letivo, e discutimo-lo, com tempo, de seguida. Foi, por isso, com redobrado gosto que o exortei e vi assumir, com garbo e 'profissionalismo', a moderação e as perguntas ao Dr. Pedro Ferreirinha , ilustre transmontano e homem do Direito, que publicara, na 'Scientia Iuridica", da Escola de Direito da Universidade do Minho , artigo estimulante acerca do livro que agora nos detinha. No paper “Direito e Literatura Contributos sobre Justiça à luz de ‘O Processo’, de Kafka”, publicado em “Scientia Iuridica”, revista de Direito da Universidade do Minho, Pedro Ferreirinha, Doutorando em Ciências Jurídico-Públicas e já docente na UCP-Porto e na Universidade Portucalense , recorda como a Joseph K., “ preso sem ter cometido qualquer cr...

O MUNDO VISTO POR JOSÉ GIL

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    1 .Em termos académicos tradicionais, quem quisesse escrever sobre Platão deveria não só ler Platão na íntegra, como acrescentar todos os comentadores que sobre ele tivessem ensaiado. Então, sim, estaria o neófito em condições de discorrer acerca de Platão e suas ideias. Sucede que nesse percurso exaustivo um tanto de criatividade se pode perder. José Gil , em livro de entrevistas com Marta Pais de Oliveira (“A Última Lição”, Contraponto , 2025), considera que, em não havendo regra universal para trazer/manter à tona o criativo na aproximação a um autor/filósofo (ou a partir deste), algum doseamento entre o esgotar de todas as leituras do/acerca do filósofo e o avançar, mais precoce, para o comentário pode ser proveitoso.   2 .Justamente, José Gil transitou entre estes dois regimes , enquanto aluno, frequentando a universidade francesa, cativado, de sobremaneira, pelo que considerou comentadores excepcionais (fazedores de um comentário nunca voltado, apenas, pa...

FRANCO, O CAUDILHO

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  Franco, o Caudilho A mais recente biografia de Francisco Franco Bahamonde (1892-1975) , da autoria de Julián Casanova , Catedrático de História Contemporânea na Universidade de Saragoça, Professor Visitante da Central European University de Viena, Prémio das Letras Aragonesas , investigador da ditadura , da violência e dos debates sobre autoritarismo e fascismo , um dos maiores historiadores espanhóis do século XX e grande especialista na guerra civil espanhola e na compreensão da vida do Caudilho , mostra que o biografado, nascido, a 4 de Dezembro de 1892 , em Ferrol (Província da Corunha, Galiza), no seio da classe média-baixa , cedo devotado ao mundo militar (entra aos 14 anos na Academia Militar que, então, formava para a guerra), não se explica sem África (onde, depois de colocado em Marrocos como desejava, se destacará, desde logo na elogiada defesa de Melilla , ele que ainda criança ficara chocado com a perda de Cuba e das Filipinas pela Espanha), no crepúscu...