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A mostrar mensagens de agosto, 2025

(QUE) FUTURO EUROPEU (?)

  Stéphane Audoin-Rouzeau , historiador francês, considerado um dos maiores especialistas na I Guerra Mundial , disse no Senado (de França), em Abril, e agora repete-o em entrevista ao “ La Vanguardia ” (05-08-2025, p.6), que a Ucrânia (já) perdeu a guerra - na contraofensiva fracassada da Primavera e Verão de 2023 - e que muita gente se recusa a vê-lo - e que levará muito tempo e esforços à Europa assumir as consequências de uma derrota que também é sua (nossa). “Todos os peritos pensavam que uma entrada em guerra por parte da Rússia seria uma decisão irracional e que, sendo Putin um líder racional, não cometeria tal erro . Esta nossa falha tornou ineficazes as tentativas de dissuadir a Rússia antes do 24 de Fevereiro . Mas o verdadeiro problema é que o tempo da guerra não é o mesmo que o da paz: o primeiro tem a sua lógica própria . Muito antes do 24 de Fevereiro, o poder russo já tinha entrado num tempo de guerra: o nosso erro foi não o compreender . (…) No Verão de 1914, a dec...

O SÉCULO DAS POLÍTICAS DO 'EU'

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O SÉCULO DAS POLÍTICAS DO “EU” De Adam Curtis , para a BBC , “ The Century of Self ”, lançado em 2002 , é um documentário, em 4 episódios (na íntegra, legendados no youtube ), que realiza uma arqueologia da origem/causas de nos termos deixado de ver/pensar (politicamente) como seres sociais, crendo-nos (os que assim se acham) legitimados na reivindicação e maximização de todos os desejos e pulsões, tantas vezes contraditórias entre si (irracionalidade e cárcere, tais pulsões apresentadas como auge de liberdade e realização), e como uma boa parte do universo político, deixando o bom combate pelo engajamento em um debate racional no espaço público e na capacidade de mobilização para uma dada visão da cidade, aderiu a uma perspectiva de tomar o humano como campo onde apenas as paixões irracionais devem ser tomadas, em tempo a manipular (o mero atirar ao consumidor-democrata “biscoitos caninos”), noutra estação a levar, sem adversativas, na construção do efémero que é o que resulta do qu...

SUBMERSOS

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  1 .Livros que se amontoam em estantes sem fim; filmes, dezenas, devidamente selecionados para momento oportuno; torrente de músicas e canções a conhecer e escutar; ebook com leitura por concluir; séries, devidamente aconselhadas, por experimentar; podcasts , sucessivos, por terminar; artigos de múltiplos jornais vincados, em papel ou no digital, em espera: eis a condição moderna, a de submersos . Bruno Patino ( Submersos , Gradiva, 2024) descreve, com grande pertinência e acuidade, a que conduz o verdadeiro dilúvio de oferta que jorra sobre o habitante do mundo hiperconectado em que nos movemos: “o incomensurável paralisa”; perante o infindável de opções, não se escolhe; hesita-se, entre milhares de (boas) possibilidades; o cansaço, então, advém; a deserção ou fuga respostas (práticas) observáveis (em muitos); a frustração pelo não cumprimento da injunção da «liberdade de escolha» elevada ao paroxismo quando, a todo o custo, se quer delegar em uma autoridade - múltiplos senho...