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Vicente Valentim, investigador de Ciência Política na Universidade de Oxford, hoje, em entrevista à "Sábado" diz que "a razão principal que explica a explosão da direita radical não é o voto de protesto":
Para este investigador, é a "normalização" da extrema direita que explica a explosão de votos nela: "Havia pessoas que já tinham ideias de direita radical, mas que sentiam que não era bem-visto expressá-las e que agora se sentem confortáveis".
Sem ter soluções mágicas para travar a extrema-direita, o cientista político tem como claro aquilo que não funciona: "uma aproximação do centro-direita à direita radical. (...) O estudo mais abrangente que conheço mostra que não funciona para tirar votos à direita radical, nem para aumentar as forças do centro-direita. (...) No que toca à erosão das normas democráticas e ao que põe as pessoas mais à vontade para terem comportamentos xenófobos (...) Normaliza ainda mais [a extrema-direita]
Tanto quanto alguns estudos sugerem o tipo de coisas que funcionam tem muito mais a ver com a socialização das pessoas, com programas de educação que se focam na importância dos valores democráticos (...) Incluir o Chega num Governo teria muitas consequências para a qualidade da democracia (...) A partir do momento em que estes partidos entram para o Governo, normalmente há uma erosão de liberdades civis no país.
Ter estes partidos no Governo durante uma legislatura tem custos não negligenciáveis pelo menos para grupos mais marginalizados (...) O principal problema deste tipo de partidos mais populistas é dependerem muito da figura do líder. Quando chega a altura de mudar esse líder há um problema."

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